Meus Amigos,
Com vírus que matam Humanos e que não
conseguimos aniquilar não há proporcionalidade. Há guerra biológica.
É como alguém que quer entrar armado, a
disparar, contra alguém que está em casa e nem arma tem. Tem que se atrasar a
entrada do ataque de quem vem armado a disparar até que venha Autoridade e
acabe com a ameaça que é, tal como o vírus, total e completamente assimétrica.
A guerra biológica tem doutrina escrita,
tem métodos e tácticas de emprego bem estabelecidas. São feitas manobras,
exercícios, é treinada (os hospitais na China montados em meia dúzia de dias
são a demonstração que, semana sim, semana sim, treinam contra medidas de
guerra biológica).
Em Portugal até havia o Hospital das
Infecto-contagiosas na Boa Hora e outros com Pessoal treinado em guerra
biológica e enquanto houve Hospital de Marinha também. Há ou havia pelo menos
até ao Comando das Forças Armadas do General Pina Monteiro uma companhia
especializada em guerra NBQR (nuclear, biológica química e radiológica) com
standards de prontidão da NATO. Seria bem falar com o Pessoal que sabe e treina
sobre este assunto.
O que a China faz, o que a Rússia faz e
os EUA estão a fazer é desencadear, no terreno, o que sabemos de contra medidas numa guerra biológica em todos os aspectos. A Europa, com excepção da Alemanha,
nem tem noção da realidade que em tudo se comporta como um ataque de guerra
biológica. Não resulta da agressão de um país a outro mas de um vírus à espécie
Humana; mas não deixa por isso de ser guerra biológica.
A incúria Europeia, com excepção da
Alemanha, é escondida por detrás de argumentos relativamente à China de que é
um país comunista e uma ditadura, à Rússia de que também é quase uma ditadura e
aos EUA de que têm o Presidente que têm.
O que a China, a Rússia e os EUA estão a
fazer é a pôr no terreno a táctica e a doutrina da Guerra Biológica e a
conseguir utilizar o Pessoal de Saúde apenas na última linha de defesa. Têm na
linha da frente da frente de combate Militares, GNR, Polícia, Protecção Civil e
a População em geral a garantir a desinfecção pública e sobretudo o
isolamento usando força se necessário for para que nesta luta assimétrica (vírus
que mata e não é possível exterminá-lo) sejam, através do isolamento,
infectados o menor número possível para que não chegue uma avalanche às portas
do último reduto, o hospital.
Não se pode deixar tudo à mercê e chegar
ao Pessoal da Saúde e o Hospital com massas de infectados. Não podemos
transformar a retaguarda (o Pessoal de Saúde e o hospital) na frente do
combate.
O que a Europa faz é isto: só dá batalha
na última linha de defesa.
Não podemos numa guerra biológica não
ter o envolvimento de todos e deixar que o Pessoal na frente da frente sejam
Médicos e Enfermeiros e Gente da Saúde. Esses devem estar a defender o último
reduto, a barbacã dos tempos medievais. Não podem ser quem está na frente da
frente.
Na frente, na frente da frente da
guerra biológica temos que estar todos nós, garantindo higiene pública e
individual e isolamento com muita solidariedade e quando e se necessário
garantido pela força do Estado. Quem, só por que sim, não se isola o máximo que
pode, está a baldar-se para o lado do vírus e entregar a nossa vida à
ameaça biológica mortal que o vírus traz.
Não pode ser como agora em que na
Europa, os hospitais, são, apenas, o que constitui a única linha da frente
desta guerra biológica. É bem sabido o que acontece a quem ponha a sua defesa
apenas no último reduto.
Para estarmos todos, a agir eficazmente,
temos que enfrentar este vírus com as bem estabelecidas tácticas de condução de
uma guerra biológica. E nesta não há proporcionalidade. Há mobilização. Nós
temos todos que ser os peões de Infantaria para que ao Pessoal dos Hospitais
que na metáfora são os Cavaleiros possam apenas estar focados na derradeira
luta, a luta pela vida no hospital. Eles, o Pessoal de Saúde e o hospital não
podem ser a linha da frente da frente. Nós temos que ser a linha da frente da
frente.
Nós todos, com a Autoridade Militar,
Policial e Civil mobilizados solidária e eficazmente na primeira linha da
frente a garantir higiene individual e pública com isolamento individual ao
máximo possível; para que chegue o menor número de casos à retaguarda da frente
deste combate onde está o competentíssimo e abnegado Pessoal de Saúde e o hospital.
Eu não sei, a não ser de alguns cálculos
sobre o assunto (estão no P.S.) e por ver por muito de perto, muito do que
descrevi da doutrina e da condução de guerra biológica na Emerging Security
Challenges Division nos treze anos de Quartel Geral da NATO; mas porque ensino
que só verdadeiramente sabe quem já fez (os outros ouvimos dizer) espero que
como, em Portugal, há nas Forças Armadas, quem saiba (porque fez e treinou)
como a guerra biológica se conduz seria bom que fossem consultados e sobretudo
utilizados os seus conhecimentos.
Forte Abração do vosso
Fernando Carvalho Rodrigues
P.S.
Entropy
of plagues: A measure for assessing the loss of social cohesion due to
epidemics(Elsevier 1993)
A Novas Tecnologias, o Futuro
dos Impérios e os Quatro Cavaleiros do Apocalipse por F. Carvalho Rodrigues (Discórdia
1991 e Europa América 1995)
Em Português:
Em Russo(MIR 1996)
Meu caro amigo, posso reproduzir o seu excelente artigo no meu blogue, O António Maria? António Cerveira Pinto
ResponderEliminarSeria?
ResponderEliminarIsto mesmo Versace!!!!!
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