quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Medida de Coesão para Portugal e Distrito da Guarda

 


EM HOMENAGEM A JOHN T. DOCKERY E J. PINTO PEIXOTO

Medida de Coesão para Portugal e Distrito da Guarda:


A desertificação do interior é o sintoma, trate-se da causa que está nos locais de elevada densidade populacional e o Interior e Portugal recuperarão

 


F. Carvalho Rodrigues


                                                                            Casal de Cinza, 28 de Julho 2021


Surgiu por volta de 1850 pela mão de um Escocês Rankine. Aconteceu como uma grande surpresa: parte do calor que um corpo quente pode passar para um corpo frio é rejeitado.

Na interacção, que é o calor, esta parcela que a fonte fria não aproveita, não se transforma em energia livre, não produz trabalho. Levou algum tempo, mas soube-se, então, de uma quantidade que estava relacionada com o calor recusado pela fonte fria. Chamou-lhe, em 1865, o Alemão Rudolf Clausius, entropia. Verificaram que num sistema que não trocasse nem matéria nem energia com o seu exterior, ou seja, num sistema fechado crescia sempre. Encontraram uma relação de proporcionalidade entre a entropia e o calor desperdiçado. A constante de proporcionalidade é o inverso da temperatura. Para o mesmo calor quanto maior a temperatura, menor a entropia. Para o mesmo número de interações, o calor, quanto maior a temperatura menor é a quantidade de entropia. A entropia existe no intervalo entre zero, para uma temperatura infinita, e o infinito para uma temperatura igual a zero.

Mas persistia a ignorância da razão porque a fonte fria recusava sempre uma parcela de calor com que a fonte quente podia interagir com a fonte fria. Ou seja, havia uma parte da energia com que a fonte quente interagia com baixa entropia que a fonte fria que tinha uma energia a muito alta entropia não estava disposta a aceitar.

Há então múltiplas qualidades de energia. Essa qualidade distingue-se pela sua entropia. A melhor é a energia com baixa entropia porque dá a possibilidade de realizar trabalho. A pior é a energia com muito alta entropia. Seria interessante que nos rótulos estivesse não só a energia como a entropia. Assim, sim, podia saber-se quantitativamente se uma forma de produzir energia é melhor que outra. Ou seja, em vernáculo, qual é menos poluente.


Seja como for, era preciso então saber porque havia este comportamento, esta rejeição de parte da dádiva. O corpo frio não aceita todo o calor que o corpo quente quer e pode dar.

Coube a Ludwig Boltzmann descobrir porque assim era. Com a descoberta fez avançar o entendimento do Mundo e da Vida muitas ordens de grandeza. É o pilar onde hoje quase tudo em ciência e a vida assentam.

A descoberta de Boltzmann exigia a existência de átomos. Havendo átomos a energia de um sistema fechado (onde não entra, nem matéria, nem energia) distribuía-se seguindo a curva exponencial, 2X. Nos sistemas da natureza quer dizer que vinte por cento dos átomos têm oitenta por cento da energia. Nesses vinte por cento de átomos a energia também se distribui da mesma maneira. Ou seja, dentro dos vinte por cento , há vinte por cento ou seja 4% que detêm oitenta por cento de oitenta por cento da energia ou seja 64%. Nesses quatro por cento que têm sessenta e quatro por cento da energia, essa energia também se distribui na mesma proporção. Isto é, vinte por cento de quatro por cento, ou seja 0,8% do total de átomos ficam com oitenta por cento de sessenta e quatro por cento da energia, o que dá, 51,2%. Grosso modo 1% dos átomos levam consigo 50% de energia.

A censura que os Colegas Professores e Cientistas fizeram a Ludwig Boltzman; a perseguição do poder político que gere a Ciência, que em cada momento se apropria da verdade e que deambula pelos corredores cheios de cientistas na corte do Poder, fez-lhe a vida tão negra que Boltzmann veio a suicidar-se como resultado dos seus Pares. Está sepultado em Viena e na pedra tumular não tem nome, tem apenas a fórmula com que ligou o calor rejeitado com a entropia e a distribuição de energia pelos átomos.

Para o tempo que durar a pedra e a inscrição todos saberemos quem ali está. Claro que aquilo a que chamo a seita, que encha meia Universidades de “O meu Caro Colega”, tiveram que aceitar a evidência e por muito que tenham os nomes nos seus papers e certamente, em placas e no mausoléu ninguém a partir dos trinetos saberá porque existiram.

O certo é que o resultado da distribuição da forma 2X é num gráfico que em escala logarítmica é uma linha recta:

Fig. 1 Exponencial em escala linear e em escala logarítmica



Vilfredo Pareto (1848 - 1923) verifica que na propriedade rural também eram vinte por cento dos proprietários que detinham oitenta por cento da terra e que um por cento inevitavelmente tinha cinquenta por cento das terras.

Mas foi George Kingsley Zipf (1902 –1950) que a estudar a distribuição de palavras em obras literárias descobriu que 20% das palavras explicam oitenta por cento do texto ou no fim 1% por cento das palavras enchem 50% das páginas independente de qual o idioma usado na escrita.

Não tardou que se constatasse que vinte por cento dos escritores editavam oitenta por cento dos livros que são lidos. Vinte por cento dos compositores, oitenta por cento da música que se ouve. Vinte por cento dos sites são os que oitenta por cento de nós procuramos. Vinte por cento dos pintores representam oitenta por cento da pintura que vemos. E o que se quiser em grandes números é sempre isto: vinte por cento/oitenta por cento. E um por cento dos jornalistas escrevem cinquenta por cento das notícias que lemos. Um por cento dos jornalistas na televisão são os que vemos cinquenta por cento das vezes. Um por cento dos políticos produzem e influenciam cinquenta por cento da política. Quatro por cento dos Deputados fazem sessenta e quatro por cento das intervenções no Parlamento. E etc...Por isso não nos admiramos com a notícia muitas vezes repetida, como se não se aplicassem sempre, que 1% dos humanos detêm 50% de toda a riqueza. Não são sempre os mesmos a estar no 1%, mas são sempre um por cento.

Os 20% que explicam 80% ou seja os 1% que explicam 50% não são sempre os mesmos. São é sempre 20% ou seja 1%. No caso das sociedades Humanas, a mudança é feita quando um grupo convence os destituídos, 80% que só têm 20%, se forem para o poder nivelarão a exponencial. Até hoje o que tem acontecido é que uma vez dada a mudança aquele grupo passa a ser constituído pelo 1% dos que têm 50%. Entretanto fazem promessas e produzem sofrimento. Mas como me disse o Sr. Bispo de Setúbal, Dom José Ornelas na despedida de uma conferência Internacional organizada pelo Instituto Superior de Teologia de Setúbal, e nunca mais esquecerei: “de tudo o que disse o problema dos 20% / 80% é o que temos que resolver”. Na verdade é a causa da postura beligerantemente activa dos EUA, EU, Rússia, India e China. É para encontrar a nova partilha, é para se saber quem são os novos 20%.

Por fim apliquemos a um País e à distribuição da sua População o que sabemos da distribuição de equilíbrio.

dois casos extremos: Um, representado na Fig. 2 em que todos os Concelhos têm a mesma população,          

Fig. 2 Todos os Concelhos têm a mesma população ou seja 20

 

Tem a máxima diversidade, consome muito pouco, produz muito muito pouco, mas a entropia exportada é baixíssima.

No outro extremo, Fig. 3, toda a população está num concelho


Fig. 3 - Toda a População num Concelho ou X =

A energia e a matéria para manter esse estado seria imensa, o trabalho realizado nulo e a entropia que com muitos casos se pode equacionar como poluição seria extrema.

Entre os dois casos extremos da Figura 4,



Fig. 4 - Os dois casos extremos com que não é possível fazer trabalho: o da máxima diversidade em que todo os Concelhos tivessem a mesma População a poluição exportada é Minima e aquele em que toda o População está concentrada num Concelho onde a exportação de Poluição é Máxima. A distribuição de População pelos Concelhos para gerar um sistema que faça trabalho, que seja orgânico, X da exponencial 2X tem que ser igual a um.

Para X=1 a distribuição é a que a Fig. 5 mostra:




Fig. 5 Distribuição orgânica e funcional e portanto coesa

 

Quando X é menor que um, como se vê na Fig. - 6 o trabalho que se realiza é baixo embora a exportação de entropia também seja contida.



Fig. 6 - Distribuição de população que é muito pouco poluente, mas que não rende trabalho

 

Finalmente com X maior que um a distribuição na Fig. - 6 mostra que o sistema vai consumir grandes quantidades de massa, de materiais e energia com pouca competitividade e muita exportação de entropia


Fig. – 6 . O ideal é uma distribuição de População por Concelho o mais perto possível com um pendor de X = 1


Para Portugal a série de 1900 -2012

 

Para os anos de 1900 até 2012 a evolução da distribuição de População por Concelho em Portugal

 

Os dados da população de cada concelho estão publicados oficialmente desde 1900 até 2012. É, então, possível saber qual é o expoente da exponencial da distribuição de Boltzmann que alguns dizem de Zipf ao longo de um século. Para se obter basta ordenar os concelhos de tal maneira que o número 1 seja o que tem mais população, o número 2 o que vem a seguir em número de habitantes e assim sucessivamente medir a inclinação nos gráficos que se seguem.





E de 1900 a 2012 como os censos publicados entretanto:






1900 - 1960




1900 - 1990




1900 - 2012




Para Portugal fica demonstrado o incremento da desertificação acompanhado de um crescimento acelerado de população nalguns concelhos. A partir dos anos oitenta é visível que existe um grande abaixamento da população no interior e um crescimento acentuado nalgum litoral. Passou-se, então, a ter uma atenção redobrada, intensa para que a


desertificação parasse centrando os meios para combater, travar o êxodo na região de baixa densidade populacional ao mesmo tempo que se descarregavam meios que geraram a multiplicação exagerada de um gradiente fiduciário que levou gente sem fim para zonas de enorme densidade populacional, baixa produtividade e geradora de muita entropia.




No entanto, se olharmos para 2012 vemos que tudo piorou. Na zona desertificada a velocidade a que a população diminuía era cada vez maior. Quando se mede o valor de X da exponencial em 2012 para os concelhos de Lisboa, Sintra, Cascais, Vila Nova de Gaia e Porto, X na distribuição de Boltzmann/Zipf é 1,7; a seguir alguns concelhos estão sobre uma recta com X igual a 1,3. Depois um conjunto alinhado num segmento de X igual a 1 a que se segue mais tarde muitos com x igual a zero.




Alguém que faça para anos mais recentes que eu não tenho os dados (defeito meu). Com o cálculo sobre os dados até 2012 resulta que andamos a tratar da desertificação e cada vez o País está mais exangue, exausto e pobre. Todos concentrámos as nossas forças, imaginação e preocupação no interior e nunca para as regiões que têm consumos brutais de matéria e energia, que são fontes de jorrar poluentes e de custos cada vez mais altos que arrastam a competitividade cada vez mais para baixo. Quer então dizer que tratamos e todos nos concentramos a cuidar da desertificação do interior e nunca nos questionámos se a desertificação não era apenas a consequência, o sintoma, e não a verdadeira causa. A causa não estava naquele território que se ia aceleradamente abandonando mas noutro repleto de gente e de atracção.

Ao olhar para distribuição da população da figura anterior só me ocorre, por a entropia ser tão alta, que o mal não está no interior, está nos concelhos que estão em especial no segmento de recta com X igual a 1,7. Os que definem o segmento de recta com X igual a 1,3 de uma forma menos intensa também contribuirão. São os Concelhos do excesso e da destruição pela brutal poluição que geram. Sem que alguém planeasse, quisesse, desejasse é na distribuição da populaçao pelos concelhos do País que estão nos pendores 1,7 e 1,3


onde reside a doença, a causa da desertificação e no fim, o fim.

 

Aqueles concelhos estão excessivamente povoados, tudo consomem e tudo poluem com as exportações enormes de entropia ao mesmo tempo que por essa razão são os grandes atractores porque os indivíduos, tal como as células, vão para onde têm mais abundância e mais de tudo o resto.



Deixo uma história real e recente para ilustrar este tratar dos sintomas, em vez da razão de ser dos sintomas; houve um dia que um cão de Serra que adoro apareceu com uma pata com uma ferida e uns nódulos e a Veterinária iniciou o tratamento. Depois de grande insistência e esforço para curar a infecção na pata que estava sempre e cada vez mais doente, um dia, a Veterinária da Animalvet na Guarda, a Sr.ª Dr.ª Maria João, resolveu fazer análises e testes. O Farrusco tinha um cancro. De todo não sabia que havia quimioterapia para cães, mas há. O Farrusco fê-la durante três meses. O cancro foi eliminado e a pata do Farrusco sem ser tratada sarou por si. Ou seja:


Enquanto nos tínhamos concentrado em tratar dos sintomas, a ferida na pata, mas não da doença que a provocava, o cancro, nada funcionou. De facto a ferida na pata piorava.

As células cancerígenas são as mais bem alimentadas, mais irrigadas pelo sangue, têm de tudo em excesso. O corpo esse definha-se porque todas as células querem aceder a esta maior abundância. Células sãs levadas a tornam-se cancerígenas e tudo quanto é energia armazenada no corpo, sob qualquer forma, desde gordura a tudo o resto, é levada para o crescimento de cada vez mais células cancerígenas até que consumida toda a

matéria (mesmos os gordos ficam muitíssimo magros) e energia se passa de orgânico e funcional (vivo) para morto.




O que a figura mostra é que a solução está em dissuadir o crescimento da população, proporcionar que até decresça nesses concelhos e seguindo a metáfora do Farrusco se nos concentrarmos na cura da doença que está nas grandes   concentrações   com excessivos consumos e brutais níveis de exportação de entropia, leia-se poluição e produtividade mínimas, o sintoma, que é a desertificação, aliviar-se-á por si nos territórios do interior.

Tomar sintomas, pela doença que as causa, foi o que todos temos feito até hoje. Embora se faça excelente ciência em Portugal, ainda não faz parte da equação.

Apregoam que acreditam, em Portugal, em Ciência e Engenharia de todos os tipos. Vamos ver se sim ou se não.

Pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=45o2f07EwJc&t=23s (Jornal                   Económico, Altice , IPG, Inovação fator desenvolvimento Região Centro 2019-10-01) ou em

https://www.youtube.com/watch?v=sQdY6-L4-_w&t=837s (Millenium BCP, Conferência “A              Viagem “, 2006)

P.S. Escrito acrescentado em Casal de Cinza, 6 de Agosto de 2021

Entretanto, foi publicado o censo de 2021, e a última figura incluindo 2021 passou a ser esta:




Entre a curva violeta de 2012 e a de 2021 a vermelho é claro o incremento da área apanhada pelo câncro acompanhado pelo definhar acentuado do corpo por transferência de células boas para as zonas mais bem alimentadas, irrigadas de sangue que as transformam em cancerígenas. É por demais evidente que a quimioterapia passou a ser urgente a bem do País e a bem da diminuição maciça de exportação de entropia que esses Concelhos de aberrante densidade produzem e no fim o que geram é poluição ao mesmo tempo que desertificam tudo, até que a morte sobrevenha para todos. Não deixa de ser perverso que os Fundos para a Coesão , vindos da Europa, enxurrada atrás de enxurrada, não nos tiraram da pobreza relativa dentro do Continente. Deus queira que o dilúvio de Fundos não nos tenha levado, roubado, a ambição. E, pior,  que agora me relembro é que a Europa também não produz um microprocessador, ao fechar as Fábricas de Braga e de Dresden, mas diz que se vai digitalizar... não produz uma vacina para a pandemia e diz que está a inovar.

MEDIDA DE COESÃO DISTRITO DA GUARDA

 

             F. Carvalho Rodrigues              

                                                                     Casal de Cinza, 18 de Agosto 2021






2011 - 2021

PARA 2011 - 2021 COM  X = 0,900 ESTÁ MUITO PERTO DE UM SISTEMA HARMÓNICO E COESO




ANO 2021





PARA 2021, COM  X = 0,8994  AINDA ESTÁ PERTO DE UM SISTEMA HARMÓNICO E COESO

 

      Portanto, o Problema da Coesão de Portugal não está aqui, neste interior.   

A causa da quebra de Coesão de Portugal está onde todos os dias se vela por ela, para, quase sem querer, por ignorância, a aumentar.


O problema da Destruição da Coesão, que ficou provado ter origem nos Concelhos com grandes densidades Populacionais,  já se sabia, pelo menos há trinta anos, que são os maiores responsáveis pelo aquecimento;

Sobre as grande cidades a temperatura é pelo menos 3,3oC mais elevada:



0] F. Carvalho Rodrigues, F. Martins, "Characterization of scarcely populated regions in Portugal or Thank God the sea level is rising" read to the Lisbon Academy of Sciences on the 4th April 2019

 















1 comentário:

  1. JÁ CHEGA, DE SENTIMENTO DE CULPA, DOS DO INTERIOR, PELA DESERTIFICAÇÃO;
    JÁ CHEGA, DE CANDIDATOS E DE PARTIDOS, QUE NO INTERIOR,
    VIVEM NO MEDO DE NÃO ESTAREM DE BEM
    COM O QUE NÃO SÓ NÃO NOS FEZ PERDER DA POBREZA
    MAS QUER AINDA FAZER-NOS PERDER A AMBIÇÃO
    CORROENDO, NESSE PROCESSO, PORTUGAL
    EM HOMENAGEM A JOHN T. DOCKERY E J. PINTO PEIXOTO
    Medida de Coesão para Portugal e Distrito da Guarda:
    http://freguesiacasalcinza.blogspot.com/2021/08/medida-de-coesao-para-portugal-e.html
    Exemplificada com o coportamento de Célula Cancerígena detectdo pelo trabalho Jornalístico de Tiago Girão https://www.youtube.com/watch?v=xH2P1NzLlKs
    Ilustrada com Artigo de investigação pelo Jornalista Dogo Cavaleiro:
    https://expresso.pt/economia/2021-08-26-Cidade-de-Lisboa-tem-mais-bancos-do-que-16-dos-distritos-portugueses-7a407df1

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